5 de março de 2010

Convergência ou Divergência

Seja qual for o tipo de transmissão, a existência ou não de tracção às quatro rodas ou as características do piso da pista, a convergência produz sempre o mesmo efeito. Isto é desestabilizar o eixo dianteiro e torná-lo menos eficaz, pois a falta de paralelismo das rodas provoca uma fricção em detrimento da tracção e faz com que estas patinem. Se acentuarmos a convergência, o modelo fica mais fácil de conduzir, uma vez que o eixo direccional terá menor aderência.

Nas rectas, a convergência aumenta a estabilidade do carro. Nas curvas, o ângulo de rotação máximo diminui e a direcção torna-se menos sensível nas zonas próximas do ponto neutro, ou seja, às pequenas viragens do volante.

Pode-se dizer que a direcção é menos agressiva e isto é muito conveniente em circuitos longos com curvas abertas. Esta configuração facilita a condução aos pilotos pouco experientes quando a pista está escorregadia. Utiliza-se sobretudo nos veículos com tracção traseira para se ter um carro menos sensível aos movimentos do volante e com reacções mais suaves.

A convergência também se emprega em circuitos com pouca aderência, com muitos buracos e com curvas pouco pronunciadas. A existência de um atrito, devido ao facto de as rodas não ficarem completamente paralelas, dá origem a uma diminuição da velocidade de ponta, e embora esta diminuição seja muito pequena, é preciso tê-la em conta em competição antes de se decidir qual o melhor SetUp, pois o objectivo é encontrar o melhor compromisso.

Os efeitos da divergência no eixo direccional são contrários aos da convergência. Quando se «abrem» as rodas dianteiras, a direcção torna-se mais viva, ou seja, qualquer pequena rotação do volante terá uma resposta considerável no modelo. O carro também fica com um maior ângulo de viragem máxima, o que se traduz numa maior sensibilidade geral em direcção e numa redução da sub-viragem. A divergência no eixo dianteiro também produz um aumento da direcção à entrada das curvas (ao travar) e torna o modelo mais instável nas acelerações. De um modo geral, o veículo torna-se mais difícil de conduzir, mas como contrapartida consegue andar mais depressa nas curvas fechadas, razão pela qual a divergência do eixo dianteiro se utiliza em circuitos com muita aderência e curvas muito fechadas.

Boas Curvas!